ENSU/RESU
O dia 24 de fevereiro de 2024 marca dois anos desde a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia. Esta invasão totalmente injustificada já custou a vida a pelo menos 20.000 civis ucranianos e a mais de 100.000 soldados. Milhões de pessoas foram obrigadas a fugir para o estrangeiro e outras milhões estão deslocadas dentro da Ucrânia.
O agressor continua a destruir cidades inteiras e infra-estruturas civis (redes de eletricidade e aquecimento, escolas, hospitais, caminhos-de-ferro, portos, etc.). O exército russo tem executado assassinatos em massa de ucranianos (soldados e civis). A violência sexual faz parte da estratégia do agressor. Muitos cidadãos (incluindo crianças) foram deportados à força para a Rússia e a Bielorrússia.
O Presidente russo Vladimir Putin, o Governo russo, as principais forças políticas da Federação Russa, os líderes religiosos e os meios de comunicação social promovem uma agenda imperialista que nega aos ucranianos o seu direito à independência, à condição de Estado e à liberdade de escolher alianças políticas.
O povo ucraniano recusa-se a ser vítima passiva desta agressão e está a resistir maciçamente à invasão, com e sem armas. A auto-organização das bases (incluindo sindicatos, organizações feministas e associações de direitos civis) está a desempenhar um papel vital na defesa do país e na luta por uma Ucrânia livre, social e democrática.
No entanto, tendo em conta a complicada situação política mundial (exemplificada pelo facto de o Partido Republicano ter bloqueado a ajuda financeira à Ucrânia no Congresso dos EUA), a mobilização em apoio da resistência militar e civil dos ucranianos é mais necessária do que nunca.
O governo russo aumentou em 70% os recursos da sua própria indústria bélica, a que se juntam forças mercenárias privadas e várias formas de subsídios destinados a tornar a guerra aceitável para as populações mais pobres da federação, cujos homens são mobilizados como carne para canhão. Putin está também a explorar a hipocrisia da retórica "democrática" dos países ocidentais para desviar a opinião pública da crítica aos seus próprios crimes na Ucrânia.
Ao mesmo tempo, a solidariedade com o povo ucraniano está a ser minada por um discurso dominante que apresenta as despesas "para ajudar a Ucrânia" como uma justificação para cortes nos orçamentos sociais e aumentos permanentes nas despesas com armamento.
A legítima aspiração à paz, acompanhada de exigências de respostas urgentes a emergências sociais e ecológicas, não pode ser feita à custa das vidas e dos direitos dos ucranianos: deve, em vez disso, ser transformada numa exigência de transparência sobre as verdadeiras despesas do governo, rejeitando a militarização permanentemente crescente e as políticas económicas socialmente regressivas, a nível nacional e global.
A Ucrânia não pode vencer sem as armas fornecidas pela NATO para repelir o invasor. No entanto, o que a sua eventual vitória sobre Putin mais representará não é uma vitória do lado ocidental na luta das grandes potências pelo domínio global, mas um triunfo da resistência inabalável do povo ucraniano e do seu direito a decidir o seu futuro.
Como tal, será uma vitória para as pequenas nações e para o princípio democrático em todo o lado. Apelamos a que a semana em torno de 24 de fevereiro (19-25) seja um momento de ação internacional contra a invasão russa e de solidariedade com a Ucrânia.
Paz para a Ucrânia. Parar a guerra da Rússia! Fim imediato dos bombardeamentos russos e retirada de todas as tropas russas de toda a Ucrânia!
O mais amplo apoio e solidariedade possível com o povo ucraniano na sua legítima resistência à invasão russa!
Para acrescentar o nome da sua organização a este apelo, escreva-nos para info@ukraine-solidarity.eu