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A agência estatal russa e vários outros órgãos de comunicação confirmaram uma ação massiva contra migrantes para “prevenir o crime”. Outras fontes sugerem que possam estar em causa recrutamentos forçados para a guerra na Ucrânia.
Os meios de comunicação social russa noticiaram que as autoridades do país detiveram milhares de migrantes em rusgas efetuadas em vários pontos do país durante a véspera da passagem de ano.
De acordo com a agência estatal russa RIA, só em São Petersburgo foram presos cerca de 3.000 com o objetivo de “prevenir o crime” e mais de cem enfrentam agora a possibilidade de deportação. Escreve-se ainda que “mais de 600 dos migrantes estavam na Rússia com várias violações da legislação sobre migração".
Estas rusgas, feitas perto de estações de metro e de locais habituais da passagem de ano, seguem-se às últimas declarações de Vladimir Putin sobre o tema da imigração em dezembro em que contabilizava a existência de 10 milhões de migrantes no país e afirmava que “isto não é um problema fácil”.
A agência Reuters cita igualmente o Comité de Investigação da Federação Russa, o principal órgão de investigação criminal do país, que escreveu no seu canal de Telegram que em Chelyabinsk foi aberta uma investigação contra três migrantes por “atos de hooliganismo” contra os militares russos e as suas mulheres. A instituição do Estado escreve que “uma multidão de migrantes bêbados atacou dois jovens desmobilizados da linha da frente, um soldado foi atingido com um bastão”. E “os migrantes insultaram as mulheres de veteranos da operação militar especial”, nome dado pelo governo russo à invasão da Ucrânia.
O mesmo organismo indica também investigações a “ações ilegais de migrantes na região de Sverdlovsk e na de Moscovo.
Recrutamentos forçados?
Os imigrantes provenientes sobretudo de países da Ásia Central, como o Usbequistão, o Tajiquistão, o Quirguistão e a Arménia, são utilizados como mão de obra barata em muitos setores chave da economia russa.
O The Moscow Times, jornal independente publicado em inglês, banido na Rússia e propriedade de Derk Sauer, um militante do Partido Socialista dos Países Baixos, cita fontes russas para indicar que migrantes detidos estão a ser mobilizados à força para o serviço militar em tempo de guerra.