Esquerda
Os estudantes denunciam a política do governo de Zelensky que, na sequência de um empréstimo do Banco Mundial, quer reduzir quase para metade as universidades públicas do país.
No passado sábado, os estudantes da Academia de Impressão, uma universidade pública ucraniana dedicada ao setor do livro, edição, das artes gráficas, entre outras áreas, manifestaram-se em Lviv. Estão contra o encerramento da sua escola.
O International Labour Network of Solidarity and Struggle(link is external) recolheu testemunhos de vários dos manifestantes. Katya Gritseva explica que “infelizmente, o Ministério da Educação continua a encerrar brutalmente as universidades estatais, apesar da guerra e do facto de muitas universidades terem sido destruídas pelos russos”.
Outro estudante, Maxim, dá conta que devido ao encerramento “muitos estudantes vão perder as suas bolsas e serão obrigados a abandonar os dormitórios em tempo de guerra”.
Os estudantes reclamam da decisão do ministério ucraniano da Educação e das Ciências de “otimizar” esta universidade sob pressão dos promotores imobiliários.
A organização socialista Sotsialniy Rukh(link is external), Movimento Social, apoia esta luta. Em comunicado, realça que a decisão do governo de Zelensky foi tomada “sem notificação nem acordo com os estudantes e os trabalhadores da academia” considerando que se enquadra numa “política deliberada que visa destruir a educação ucraniana”.
A organização atribui esta decisão ao empréstimo de 200 milhões de dólares concedido pelo Banco Mundial em maio de 2021, e que tinha como finalidade fazer uma “auditoria” às universidades do país "com vista à sua fusão ou encerramento”. O Governo agirá sobre as 150 maiores universidades do Estado de forma a que não restem mais de 80 estabelecimentos de ensino superior do país.
O grupo político esclarece que esta “não é a primeira vítima desta reforma”. Em dezembro passado, os estudantes e professores da Universidade Nacional de Construção e de Arquitetura de Kharkiv também já se tinham manifestado contra o encerramento desta. Em ambos os casos, o Movimento Social fala em pressões dos promotores imobiliários. Assim, “o encerramento da universidade não está ligado à guerra e teria lugar de qualquer forma”, lê-se no seu comunicado, onde se conclui que “a destruição das infraestruturas de educação levará a uma diminuição do número de especialistas e terá um efeito devastador na economia do país”.